quinta-feira, 19 de julho de 2018

Médico apelidado de "Dr Bumbum" é preso junto com a mãe, no Rio


O médico Denis Cesar Barros Furtado, o Dr. Bumbum, e mãe dele, Maria de Fátima Furtado, foram presos na tarde desta quinta-feira (19).

Os dois estavam foragidos desde domingo (15), quando a bancária Lilian Calixto morreu após se submeter a procedimento estético na casa de Denis, uma cobertura na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Eles foram encontrados por policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) em um centro empresarial na Barra. Segundo a delegada Adriana Belém, da 16ª DP, os dois estavam no escritório de um advogado, com quem ela negociava a rendição.

Para chegar até eles, o setor de inteligência do batalhão da PM contou com informações do Disque Denúncia, que oferecia recompensa de R$ 1 mil por informações do paradeiro do médico e da mãe. No registro do Disque Denúncia, a ligação para o batalhão aconteceu às 13h12 e cerca de duas horas depois eles foram presos.

Às 16h13, Denis e a mãe chegaram à 16ª DP acompanhados do advogado. Nenhum dos dois conversou com a imprensa.

A caminho da delegacia, Dr. Bumbum fez um vídeo para as redes sociais, transcrito aqui:

"Boa tarde. Como todo mundo sabe, aconteceu uma fatalidade. Mas uma fatalidade que acontece com qualquer médico. Uma paciente minha, após um procedimento de bioplastia de glúteo que eu já realizei 9 mil, ela saiu do consultório muito bem, e umas 6 horas após, ela chegou ao óbito algumas horas após, com parada cardíaca. É um mistério ainda a causa da morte, mas é uma injustiça o que estão falando de mim na televisão. É uma injustiça me acusarem de não ser médico. Eu tenho CRM antigo. É uma injustiça dizerem que o procedimento não é habilitado.”

"Na realidade, nós estávamos aguardando a prisão dele para as 16h. Tanto da mãe como do filho. A Polícia Militar conseguiu encontrar ele no escritório do advogado", explicou a delegada Adriana Belém.

"Eles vão ficar aqui na delegacia. Tem muita coisa para esclarecer. São muitas perguntas para fazer. Como se dava aquela atividade. Se havia autorização. Como se deu a morte da paciente. Porque que ele não ficou no hospital. Ou seja, as perguntas que todo mundo se faz nesse momento", acrescentou.

Segundo a delegada, os dois vão responder por homicídio qualificado e associação criminosa.

"Nós entendemos que a morte não advém de uma imprudência. Quando você se arrisca a atender uma pessoa naquelas condições nós entendemos que era um homicídio doloso e não culposo. E isso seria a forma mais grave de homicídio", explicou Belém.

O boletim médico do Hospital Barra D’Or, em que a bancária Lilian Calixto (foto abaixo) foi socorrida horas depois do procedimento estético, informou que ela chegou ao local com falta de ar, taquicardia e pele azulada,.

A polícia montou cerco em um shopping da Barra da Tijuca e chegou a dar voz de prisão a Denis, mas o médico conseguiu fugir - ele destruiu a cancela do estacionamento.

Portal G1