Podcast Taís Paranhos

terça-feira, 1 de maio de 2018

São Paulo: Tragédia, dor, solidariedade e denúncia


O 1º de Maio foi marcado por uma tragédia, no mínimo, anunciada. Um prédio ocupado por famílias de sem teto pegou fogo e desabou em poucas horas. O prédio, construído na década de 1960, fora projetado para ser um dos mais modernos da capital paulistana. Cerca de 150 famílias estão desabrigadas, 45 estão desaparecidas e enquanto milhares de pessoas estão arrecadando mantimentos, roupas e produtos de higiene para as famílias, outras milhares destilam ódio nas redes sociais, dizendo que foram os únicos culpados pela tragédia. 

Herói - Um cidadão chamado Ricardo, de azul na foto ao lado, morava na ocupação havia quatro anos e trabalhava descarregando produtos de lojas chinesas, nas proximidades do prédio. Ele poderia ter se salvado mas preferiu ficar no prédio para resgatar outras pessoas. Salvou dezenas, mas quando chegou sua vez de ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros, estava com todo o equipamento para isso, no entanto, o prédio desabou em poucos segundos e Ricardo não foi resgatado. Seu desaparecimento é o único oficializado pelos Bombeiros.

Fora Temer - O presidente Michel Temer apareceu no meio dos trabalhos de resgate, mas foi hostilizado por quem estava no local. Escoltado por Policiais Militares, que não puderam garantir a segurança do político, Temer entrou rapidamente em um carro e saiu. Não sem ter pessoas socando e chutando a lataria e os vidros do automóvel. Muito xingado por populares, o presidente não ficou cinco minutos ali.

Bombeiros - Desde a 1h30 da madrugada do dia 1º, 170 bombeiros em 47 viaturas trabalham contra o incêndio no prédio que era ocupado por pessoas sem moradia. À tarde, 96 homens e mulheres continuavam no serviço, com o auxílio de 30 viaturas. Segundo a corporação, os trabalhos poderão se estender por mais de uma semana. Primeiro, os bombeiros estão se concentrando em remover entulhos do entorno da área, para então tentar mover estruturas maiores.

Boulos - O pré-candidato à Presidência da República pelo PSol, Guilherme Boulos (foto ao lado), afirmou que a ocupação do prédio não foi feita pelo MTST, mas pelo Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), que atua na região central da capital paulista. Boulos também criticou a reação de parte dos usuários das redes sociais, que, segundo ele, tentam responsabilizar os moradores pela tragédia. “Temos visto com perplexidade gente querendo culpar as próprias vitimas, por conta das condições do prédio. Ninguém vai para uma ocupação por que quer. Mas por total falta de alternativa”, disse. “Se há alguém responsável por isso é o poder público, que não assegurou moradia para essas famílias”.

Aluguel - Moradores afirmaram que pagavam em média R$ 400,00 para morar no edifício ocupado. O pagamento era uma espécie de condomínio. Os moradores disseram que o prédio era organizado, tinha carteirinha de identificação usada para controlar o pagamento mensal inclusive a comunidade contratava um porteiro.


Solidariedade - Desde as primeiras horas da manhã, a população se mobilizou para levar alimentos, água, roupas, fraldas, produtos de limpeza e higiene. A Cruz Vermelha continua aceitando doações para os desabrigados após o incêndio em SP. Trouxe roupas, sapatos e fraldas. Vale tb colchão, água e alimentos. O endereço da Cruz Vermelha em São Paulo é a Av Moreira Guimarães, 699 - Congonhas





Com informações do Twitter, Portal G1, Estadão e Cruz Vermelha Brasileira