segunda-feira, 21 de maio de 2018

Governo buscará 'um pouco mais de controle', afirma Padilha

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo federal buscará "um pouco mais de controle" para dar "previsibilidade" à alta dos combustíveis (veja no vídeo acima). 

Padilha deu a declaração pouco antes de participar de uma reunião com o presidente Michel Temer para tratar do assunto. 

Mais cedo, nesta segunda, a Petrobras informou que elevará os preços do diesel em 0,97% e os da gasolina, em 0,9%, nas refinarias, a partir desta terça (22). Diante disso, caminhoneiros protestaram em todo o país contra o aumento (houve registros de atos em pelo menos 18 estados). 

"Temos uma política internacional de preços que a Petrobras acompanha diariamente e isso tem dado aumento. O dólar subindo e o petróleo subindo, os dois subindo internacionalmente, por certo, tínhamos que ter um aumento nos combustíveis", afirmou o ministro. 

"O que vamos tentar agora, e o presidente está presidindo a reunião, é que vamos ver se encontramos um ponto para que possa ter um pouco mais de controle deste processo, para que os maiores interessados, o cidadão brasileiro e também os transportadores, possam ter previsibilidade em relação ao que vai acontecer", completou Padilha. 

A Petrobras adota um novo formato na política de ajuste de preços desde 3 de julho do ano passado. Pela metodologia, os reajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente. 

Na semana passada, por exemplo, foram 5 reajustes diários seguidos. No acumulado somente da semana passada, a alta chegou a 6,98% nos preços da gasolina e de 5,98%, no diesel. 

Desde julho de 2017, o preço da gasolina comercializada nas refinarias acumula alta de 58,76% e o do diesel, de 59,32%, segundo o Valor Online. 

Reunião com a Petrobras

Na entrevista concedida no Palácio do Planalto nesta segunda, Eliseu Padilha informou que "possivelmente" o governo não fará nenhum anúncio nesta segunda. Isso porque deverá acontecer, nesta terça, uma reunião com os representantes da Petrobras. 

Sobre os protestos dos caminhoneiros, o chefe da Casa Civil afirmou: "Nós vamos ter algo a dizer aos caminhoneiros, sem dúvida nenhuma. Temos que trabalhar com a realidade, mas temos que ter uma resposta ao movimento". 

Segundo o ministro, Temer manifestou "interesse" em resolver a situação dos caminhoneiros, acrescentando que o governo quer ver se terá as "condições" de fazer com que o aumento do preço do combustível seja "previsível". 

Pós-reunião

Após a reunião com Temer, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) convocou uma entrevista coletiva no Planalto na qual disse que o caso será analisado "com responsabilidade" pelo governo, que não tomará decisões "no ímpeto". 

"É unânime a preocupação com a questão. O que se busca é a tomada de decisões responsáveis, que não venham agravar o problema", acrescentou o ministro. 

"A reunião convocada pelo presidente é uma demonstração da preocupação que ele tem em relação à questão. Hoje, tivemos reuniao com os ministros, [...] amanha terá uma reunião mais técnica entre presidente da Petrobras, ministro do MME [Minas e Energia] e Fazenda para que sejam avaliadas algumas medidas", completou Carlos Marun. 

Portal G1