terça-feira, 15 de maio de 2018

Cannabis movimenta economia lá fora e causa polêmica aqui

O mercado canadense de maconha, que será totalmente regularizado em breve, realizou sua maior transação de sua história com a aquisição da MedReleaf pela Aurora Cannabis, que atuam no uso da cannabis com fins medicinais. A transação foi da ordem de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 7,5 bilhões).

A aquisição coloca a Aurora em uma posição de destaque neste segmento de mercado, uma vez que amplia a base de produção da empresa em um momento onde vários países do mundo ampliam o debate sobre o uso da maconha. Para o executivo-chefe da empresa, Terry Booth, a aquisição "fortalece nossa capacidade de atender os mercados mundiais de maconha de uso medicinal, em rápida expansão".

Atualmente o uso medicinal da maconha já foi regulamentado em 21 países e a discussão sobre a liberação para fins recreativos é crescente. O Canadá deverá liberar o consumo recreativo da erva em julho.

A compra do controle da MedReleaf pela Aurora elevou em as ações da empresa em 18%. A Aurora terá o controle de 61% da empresa resultante da aquisição. As demeais ações permanecerão em mãos dos atuais acionistas da MedReleaf.

A estimativa é que o mercado canadense de maconha movimente cerca de US$ 6,5 bilhões de dólares canadenses até 2020.

Polêmica - Enquanto isso, no Recife, uma polêmica ocorreu na Câmara Municipal. O vereador Ivan Moraes (PSol) apresentou um requerimento de voto de aplauso para O Terral Coletivo, que promove 11ª Marcha da Maconha, prevista pra ocorrer neste sábado (19), no centro do Recife.

No entanto, o vereador Fred Ferreira (PSC), integrante da bancada evangélica da casa, pediu vista à proposta, o que na prática, inviabilizou a aprovação imediata. Moraes lamentou o ocorrido e afirmou que uma casa legislativa não pode deixar de debater assuntos de interesse público.

Interesse público sim, pois a liberação da Cannabis sativa não contempla apenas usuários recreativos. Contempla, principalmente, famílias, cujos filhos têm distúrbios neurológicos gravíssimos e que são tratados com medicamentos à base de THC (o princípio ativo da maconha). 

Tão logo o vereador saiu da tribuna, a médica sanitarista da Universidade de Pernambuco, Maria Luciani Burichel, que estava nas galerias acompanhando a sessão legislativa, foi taxativa: "É preciso sair da ignorância! Só se sai da ignorância com discussão, senhor presidente. Supere a ignorância. A cannabis é uma planta que tem poder medicinal e vocês precisam saber, principalmente o vereador, que precisa conhecer mais, se inteirar, ler mais", afirmou.

No twitter, o parlamentar desabafou:

Veja o vídeo da sessão parlamentar:


Com informações do Valor Econômico, Portal Brasil 247 e Redes Sociais do Vereador Ivan Moraes