sábado, 2 de dezembro de 2017

#TaclaFuraBolha

O advogado espanhol Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht de 2011 a 2016, acusou o ex-procurador Marcello Miller, que já trabalhou no gabinete do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, de preparar “delações a la carte”.

Duran contou aos parlamentares, nesta quinta-feira, 30, em depoimento à CPMI da JBS, por videoconferência da Espanha, onde mora, que Miller tentou negociar com ele seu acordo de colaboração premiada e o incitou a dizer quais políticos e autoridades públicas poderia entregar.

“Quando esteve comigo, Marcello Miller começou a listar parlamentares. Ele começava a falar nomes de políticos, autoridades estatais: ‘Qual deles o senhor conhece? Qual o senhor pode entregar?'”, afirmou antes de criticar a conduta do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato. “Estão fechando processos penais batendo carimbo, sem investigar. Esse é o sentido da indústria da delação”, afirmou.

Duran também afirma ter participado de uma reunião com integrantes da Lava Jato, em Curitiba, na qual Miller pediu a ele que gravasse uma conversa com advogados da Odebrecht. Segundo ele, o pedido teria ocorrido durante uma das reuniões para negociar um acordo de colaboração premiada. Ele não especifica a data desse encontro. “Eu fui convocado para uma reunião na Odebrecht e, quando comuniquei isso [aos procuradores], Marcello Miller sugeriu: ‘então vai lá e grava’. Neste momento o [procurador] Sérgio Bruno disse para eu escutar a reunião e contar para eles”.

Revista Veja