quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Ela tinha câncer. Ela não tinha recursos. Ela ateou fogo ao corpo. E morreu

No dia 02 de dezembro, a professora aposentada Lígia Maria Panisset, no auge de seu desespero, ateou fogo ao próprio corpo e o incêndio destruiu seu quarto completamente. Com 30% do corpo queimado, ela foi internada em hospitais no Rio de Janeiro e transferida em estado grave, não resistiu aos ferimentos, morrendo no último dia 07.

Ela estava com um câncer e, assim como todo o funcionalismo público do Estado do Rio de Janeiro, estava com seus salários atrasados e não tinha como bancar o seu tratamento. O desamparo a levou ao desespero. E a morte dela não foi um suicídio. Foi o descaso do Poder Público o verdadeiro assassino da Professora Lígia, que depois de décadas de serviços prestados ao Estado do Rio, foi isso que recebeu em troca. 

Desde o início da crise enfrentada pelo Estado do Rio, em novembro de 2015, os salários dos servidores atrasaram em 18 dos 26 meses decorridos até outubro deste ano. Isso corresponde a 69% dos meses no período. A conta não inclui os vencimentos de novembro — cujo prazo de pagamento vencerá no dia 14 de dezembro — e o 13º salário de 2017. 

Enquanto isso, ex governadores, deputados e outras pessoas ligadas ao poder no estado estão presos acusados de corrupção e outros crimes contra o patrimônio público.