segunda-feira, 3 de julho de 2017

Rocha Loures furou fila para obter tornozeleira eletrônica

O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) furou a fila para obter sua tornozeleira eletrônica, objeto essencial para que pudesse ser liberado da cadeia na manhã deste sábado 1º, segundo o site Metrópoles, de Brasília.

Rocha Loures foi preso em 3 de junho depois de ter sido flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil da JBS. Os investigadores suspeitam que o destinatário do dinheiro seja Michel Temer. Na sexta-feira, o ministro Edson Fachin, do STF, decidiu pela sua libertação.

Atualmente, há uma fila de mais de 100 presos sob a jurisdição de Goiás que só não estão em liberdade assistida porque aguardam na fila a disponibilidade da tornozeleira, em falta no estado.

Leia um trecho da reportagem explicando o episódio:

Na última semana, a coordenadoria que cuida da gestão mandou deslocar de Itumbiara para Goiânia um lote de 20 aparelhos que estavam disponíveis no município devido a uma ação civil pública. Por motivos diversos, como morte de alguns apenados e a liberação de outros, os monitores estavam prontos para serem reencaminhados a outros presos de Goiás.

O lote deveria atender imediatamente aos detentos que aguardam o equipamento para terem a chance de progressão de regime. Há uma fila para a obtenção desse aparelho. Mas pelo menos uma dessas tornozeleiras foi reservada para o pé do ilustre ex-deputado que colocou a mão no dinheiro de corrupção, como delatado pelo dono da JBS, Joesley Batista.

Depois que o ministro Edson Fachin liberou Rocha Loures para cumprir prisão domiciliar, a Polícia Federal admitiu que não tinha nenhuma tornozeleira disponível. Por isso, as autoridades recorreram ao governo de Goiás. E toda a negociação se deu entre o Depen e o secretário de Segurança Pública do estado, Ricardo Balestreri. Ele assumiu o cargo em fevereiro deste ano. Antes disso, foi secretário de Segurança Nacional do Ministério da Justiça.

A determinação para que se reservasse uma tornozeleira a Loures causou mal-estar entre os técnicos do sistema penitenciário de Goiás e revolta no meio dos presos, que logo souberam da notícia.

Portal Brasil 247