segunda-feira, 24 de julho de 2017

Os piores estados para ser mulher no Brasil

Roraima é o estado brasileiro mais violento para as mulheres, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com dados de 2015.

De acordo com a pesquisa, a taxa de mortes no estado foi de 11,4 para cada grupo de 100 mil mulheres. O número é quase três vezes maior do que a média do Brasil, de 4,4, e quase cinco vezes maior do que São Paulo, o estado com a menor taxa, de 2,7 mortes para cada 100 mil.

No geral, a proporção de mulheres assassinadas tem crescido nos últimos anos. Segundo o estudo, a taxa de homicídios entre mulheres saltou 7,5% entre 2005 e 2015. Por outro lado, em alguns estados, houve melhora na variação da taxa de violência: São Paulo teve uma redução de 35% nesse período. No outro extremo do mesmo indicador aparece Maranhão, que teve um aumento de 124,4% na taxa de assassinatos de mulheres.

Feminicídio no Mundo - Quatorze países da América Latina – incluindo o Brasil – e Caribe estão entre os 25 Estados com maior taxa de feminicídios, segundo um relatório da organização Small Arms Survey que aponta El Salvador como o país com mais homicídios de mulheres.

Entre as regiões com um índice de feminicídios de mais de seis por cada 100 mil mulheres – considerado muito alto – estão El Salvador, Jamaica, Guatemala, África do Sul, Rússia, Guiana, Honduras, Azerbaijão, Antilhas, Colômbia, Bolívia e Bahamas.

Por outro lado, Brasil, Lituânia, Belarus, Venezuela, Letônia, Belize, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão, Ucrânia, Equador, República Dominicana e Estônia estão no grupo dos países com uma alta taxa de homicídios de mulheres, de entre três e seis para cada 100 mil mulheres.

Segundo o estudo da Small Arms Survey, em torno de 66 mil mulheres são assassinadas a cada ano, 17% das quais são vítimas de homicídios intencionais.

O relatório ‘Feminicídio: Um Problema Global’ analisou os dados de assassinatos de mulheres em nível mundial de 2004 a 2009 e concluiu que a porcentagem de feminicídios é ‘significativamente maior nos territórios com altos níveis de homicídios’.

Em geral, as taxas de feminicídios são mais elevadas em países caracterizados por altos índices de violência, e nestes casos as mulheres ‘são atacadas na esfera pública e os assassinatos são perpetrados em um clima de indiferença e impunidade’.

Apesar de em geral existir uma relação entre o número total de homicídios e a porcentagem de mulheres assassinadas, no caso do Leste Europeu e da Rússia esta tendência não se cumpre, já que estas regiões apresentam taxas de feminicídio ‘desproporcionalmente altas’ em relação aos homicídios em geral.

Um terço dos crimes contra as mulheres são cometidos com armas de fogo. Em países como Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala e Honduras, 60% dos assassinos de mulheres utilizam armas de fogo, uma taxa que chega a 80% no caso de Ciudad Juárez (México). 

Revista Exame