sexta-feira, 7 de julho de 2017

Maia já estaria articulando ministério de "seu" governo; ele garante lealdade a Temer

Sucessor imediato ao comando do país em caso de afastamento do presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira em mensagens no Twitter que é preciso ter "muita tranquilidade e prudência" no momento, e defendeu que se deve avançar na agenda de reformas no país.

"Precisamos ter muita tranquilidade e prudência neste momento. Em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise", disse o deputado na rede social.

Maia acrescentou que tem de ser estabelecida "o mais rápido possível" a agenda da Câmara. "Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos Previdência, Tributária e mudanças na legislação de segurança pública", afirmou.

Embora venha evitando falar publicamente da denúncia que tramita na Câmara contra Temer, o presidente da Casa tem se movimentado sutilmente nos bastidores como fiador da agenda reformista.

Temer será afastado do cargo se a Câmara autorizar que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a acusação criminal contra ele pelo crime de corrupção passiva e a maioria dos ministros da Corte aceitar a denúncia.

Maia, que cumpre agenda oficial na Argentina desde quinta até sábado, recebeu esta semana um importante apoio público. O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o deputado tem todas as condições para levar o país a uma mínima estabilidade até 2018 e afirmou --sem citar o governo Temer-- que o Brasil está chegando a uma ingovernabilidade.

No caso de afastamento de Temer, o presidente da Câmara assumiria o comando do país por até 180 dias, prazo para o Supremo julgar o peemedebista. Temer retornaria ao comando do país se o STF não o concluísse o julgamento até lá.

Se Temer for condenado e afastado em definitivo, Maia teria 30 dias para conduzir o processo de uma eleição indireta -- na qual ele próprio poderia ser candidato para o mandato-tampão até o final de 2018.

Lealdade - Maia disse nesta sexta-feira (7) que será sempre "leal e correto" com o presidente da República, Michel Temer.

Diante da crise política, integrantes de um dos principais partidos da base, o PSDB, vêm dando sinais de que querem desembarcar do governo. Na quinta-feira (6), o presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse que Maia é um nome que poderia unir os partidos e dar governabilidade ao país.


Para Maia, que foi questionado sobre o tema por jornalistas na Argentina, o momento é de "responsabilidade com a democracia e com o futuro do Brasil".


"Eu aprendi em casa a ser leal, a ser correto, e serei com o presidente Michel Temer sempre", afirmou o presidente da Câmara.


Maia disse ainda que, desde a deflagração da crise com as denúncias da delação da JBS, manifestou ao DEM que o partido, em caso de agravamento da situação de Temer, deveria ser o último a desembarcar do governo.


"Eu disse ao presidente do meu partido no primeiro dia da crise que, se tivesse que acontecer alguma coisa, o DEM deveria ser o último a desembarcar do governo. Então nós vamos aguardar, vamos manter a nossa posição de apoio ao governo", completou.


Maia também comentou a repercussão em torno de mensagens publicadas no Twitter dele nesta sexta. Os textos diziam que o país passa por um momento que pede prudência e também defendiam a aprovação de reformas propostas pelo governo. Segundo Maia, as postagens na rede social geraram " interpretações que não fazem nenhum sentido".


Na posição que eu estou hoje, qualquer movimento que eu faça é interpretado. Hoje minha assessoria pegou a entrevista que eu dei a vocês ontem e colocou no Twitter. Já veio [questionamento] 'por que você colocou no Twitter?' Não tem nada de mais, saiu em todos os meios de comunicação, não tem nenhuma novidade. Mas já começam interpretações que não fazem nenhum sentido", afirmou Maia.




Portais Brasil 247, G1 e Agência Reuters