quarta-feira, 10 de maio de 2017

Visibilidade e inclusão para travestis e transexuais em debate na UFRPE

Será realizado, no dia 12 de maio, das 9h às 17h, no auditório da Pró-reitoria de Atividades de Extensão (PRAE), campus Dois Irmãos, o Fórum de Visibilidade e Inclusão para Travestis e Transexuais, o Fortrans. Esta será a primeira edição do Fortrans na UFRPE e terá como objetivo propiciar uma abertura de discussão acerca dos temas relativos ao universo trans, de modo a visibilizar a realidade dessa população e possibilitar um conhecimento maior de suas ontologias. O Fortrans também busca questionar o grau de exclusão que essa população sofre e proclamando uma maior inserção social de suas vidas na sociedade.

Participam como palestrantes Robeyoncé Lima, Céu Cavalcanti, Maria Clara de Sena e Laura Souto maior .

O evento é parte das ações de extensão do Núcleo de Estudos em Discurso e Descolonialidade e Laboratório de Estudos da Linguagem e Psicanálise (Langue), liderados, respectivamente, pelos professores Iran Melo e Natanael Duarte de Azevedo, coordenadores do evento. Dividido em dois momentos, nos turnos da manhã e da tarde, o Fortrans será realizado em formato dialógico e contará com rodas de conversa, debates e exibição de curtas-metragens sobre a temática do evento.

Podem participar do evento as pessoas interessadas pelo tema. Não é preciso realizar inscrição nem ser parte da comunidade universitária da UFRPE.

Realidade trans - Segundo pesquisa da organização não governamental Transgender Europe, rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênera, o Brasil é o país onde mais se mata travestis e transexuais no mundo (40% do número total). Entre janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no país. Esses dados alarmantes, nem de longe, se mostram como miméticos à realidade, uma vez que o grau de subnotificação da violência infringida contra travestis e transexuais ainda é imenso e resultado das deficitárias políticas públicas brasileiras que atendem a demanda de investigação sobre o assunto em nosso país. O direito à vida dessa população está na última fronteira dos direitos da população LGBT e, naturalmente, da população brasileira como um todo.

Vinculadas a isso ainda estão as práticas cotidianas de violação dos direitos à pessoa as quais travestis e transexuais vivenciam, tais como a exclusão da família, da escola e do trabalho; a negação ao seu nome social; a negligência de assistência à saúde; o silenciamento e a depreciação nos meios de comunicação. Essas e outras violências se realizam no campo da reificação e da desumanização das subjetividades e dos corpos trans. Por isso, faz-se sempre urgente a discussão pública sobre a necessidade de visibilidade e inclusão de pessoas travestis e transexuais no Brasil, demanda que deve ser assumida por todos os aparelhos públicos, sobretudo pelas instituições de ensino como as universidades.

Local: Auditório da Pró-Reitoria de Extensão da UFRPE

PROGRAMAÇÃO

Manhã

09h – Abertura do evento – professores coordenadores Iran Melo e Natanael Duarte

09h20 – Exibição Vídeo Ser, histórias de vida de homens e mulheres trans.

09h30 – Momento 1

- Palestrantes: Robeyoncé Lima (advogada e primeira transexual aprovada na Ordem de Advogados Brasil, seccional Pernambuco) e Céu Cavalcanti (psicóloga, assistente de coordenação do GTP+PositHIVo).

- Mediador: Natanael Duarte.

Tarde

Vídeo: Homem trans: conheça e respeite.

- Palestrantes: Maria Clara de Sena (integrante do Mecanismo Nacional de Prevenção e de Combate à Tortura) e Laura Souto Maior Kerstenetsky (advogada das causas LGBT).

- Mediador: Iran Melo.

Assecom UFRPE