sexta-feira, 7 de abril de 2017

Síria eleva para 16 número de mortos por ataques dos EUA

Ao menos 16 pessoas morreram nos ataques com mísseis lançados pelos EUA contra alvos na Síria no fim da noite dessa quinta-feira (6), pelo horário de Brasília, segundo atualização divulgada pelo regime sírio.

O bombardeio de cinco minutos, ocorrido na província de Homs, matou ao menos sete militares na base aérea de Shayrat e causou amplos danos, segundo o governador da província, Talal Barazi, que é favorável ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

Outras nove pessoas, todas civis, foram mortas quando três mísseis atingiram duas cidades próximas à base, de acordo com a agência de notícias estatal síria Sana. Quatro dos civis eram crianças.

Novos ataques - A embaixadora dos Estados Unidos para a Organização das Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou nesta sexta-feira (7) que seu país está preparado para a eventualidade de mais ataques aéreos na Síria, "mas esperamos que isso não seja necessário". Haley discursou durante reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o ataque da noite dessa quinta (6) dos EUA contra uma base aérea controlada pelo regime sírio.

Haley defendeu a ação americana, dizendo que os EUA tinham "todas as justificativas" para realizar um ataque aéreo, dias após o regime da Síria realizar um ataque com armas químicas no país. A embaixadora americana disse que os EUA desejam, porém, uma solução política no caso.

A autoridade dos EUA afirmou que o Irã e a Rússia "têm responsabilidade pelas atrocidades na Síria". Segundo ela, o presidente sírio, Bashar al-Assad, fez o ataque químico sabendo que Moscou o apoiaria. Agora, Haley disse que "o mundo está esperando que a Rússia aja com responsabilidade" e reveja o apoio a Assad depois do ataque com arma química.

Pretexto - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que foi um pretexto inventado, o ataque dos Estados Unidos contra a base aérea de Shayrat, na Síria, e advertiu que a ação militar de Washington causará sérios danos nas relações russo-americanas.

"O presidente Putin considera os ataques americanos na Síria como uma agressão contra um Estado soberano e uma violação do direito internacional, pois fora um pretexto inventado", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

O líder russo, acrescentou que, "vê nos ataques uma tentativa por parte dos EUA de desviar a atenção da comunidade internacional das muitas vítimas entre a população civil no Iraque", onde tropas americanas lideram uma operação militar contra o Estado Islâmico".

"Este movimento prejudica seriamente as relações russo-americanas, já por si maltratadas. E o mais importante, como considera Putin, é que não nos acerca do objetivo na luta contra o terrorismo internacional, mas ao contrário, cria um importante obstáculo para formar uma coalizão internacional antiterrorista", disse Peskov.

O Kremlin insistiu que "o Exército sírio não dispõe de arsenais de armas químicas, cuja destruição foi supervisionada e confirmada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas".

"Além disso, Putin acredita que ignorar totalmente as evidências sobre o uso de armas químicas por parte dos terroristas não faz nada além de piorar a situação", afirmou o porta-voz.

Os EUA bombardearam na madrugada de hoje, por ordem do presidente Donald Trump, a base aérea de Shayrat como represália ao ataque com armas químicas que culminou com a morte de 80 civis na última terça-feira, a primeira agressão direta dos EUA desde que início da guerra civil na Síria.

As forças militares americanas lançaram hoje um total de 59 mísseis de cruzeiro, a partir de dois de seus navios militares localizados no Mediterrâneo, contra a base aérea de Shayrat, de onde a Casa Branca acredita que foi realizado o ataque químico na última terça.

Com informações do Portal Terra e do Jornal O Tempo (MG)