sexta-feira, 7 de abril de 2017

Ataque de caminhão na Suécia deixa mortos; suspeito é preso

Uma pessoa foi detida nesta sexta-feira em relação ao ataque com um caminhão no centro de Estocolmo, informou a polícia sueca, acrescentando que no atentados morreram 4 pessoas e 12 ficaram feridas.

"Posso confirmar que quatro pessoas morreram e 12 ficaram feridas", afirmou um porta-voz da polícia, acrescentando que uma pessoa foi detida, mas sem dar detalhes sobre sua identidade nem sobre as acusações contra ela.

O atentado - O ataque ocorreu pouco antes das 13h (10h de Brasília) perto de uma loja de departamentos no cruzamento entre uma das ruas de pedestres mais movimentadas da capital, Drottningsgatan, e uma das principais artérias da cidade, Klarabergsgatan.

O veículo se chocou contra a fachada de uma loja depois de atingir os pedestres, e os feridos estavam sendo atendidos no local do ataque, de acordo com imagens transmitidas pela televisão. "Fez o mesmo ruído que uma bomba que explode e começou a sair fumaça da entrada principal" da loja de departamentos Ahlens, disse uma testemunha no local, Leander Nordling, de 66 anos, ao jornal sueco Aftonbladet.

"A Suécia foi atacada" e "tudo aponta para um ataque terrorista", declarou o primeiro-ministro, Stefan Lövfen, citado por meios de comunicação suecos. Löfven, que no momento do atentado viajava à segunda cidade do país, Gotemburgo, retornou à capital. A polícia sueca informou não ter detido o motorista do caminhão, mas divulgou imagens de um suspeito gravadas por câmeras de vigilância.

"Não temos nenhum contato" com o motorista deste caminhão, declarou um responsável pela investigação, antes de divulgar a imagem de um homem relativamente jovem, que vestia um casaco com capuz, filmado perto do local do atentado.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que o ataque contra a Suécia era um ataque contra toda a União Europeia. "Uma das cidades europeias mais vibrantes e coloridas parece ter sido atingida" por aqueles que buscam prejudicar "nossa própria forma de vida", indicou em um comunicado o presidente do executivo comunitário, cujos "pensamentos estão com o povo da Suécia".

Veículos da polícia circulavam na cidade usando alto-falantes e pedindo às pessoas para ir direto para suas casas e evitar grandes aglomerações. Helicópteros eram ouvidos pairando no céu sobre o centro de Estocolmo, e um grande número de carros da polícia e ambulâncias foram enviados ao local, disseram testemunhas.

Caminhão roubado - O autor do atentado havia roubado o caminhão aproveitando "uma entrega em um restaurante", declarou uma porta-voz da transportadora Spendrups, Rose-Marie Hertzman. As autoridades suspenderam o funcionamento de toda a rede do metrô, além dos ônibus e bondes no centro. O ataque ocorreu perto da estação T-Centralen, por onde passam todas as linhas de Estocolmo.

"O tráfego no metrô está interrompido. Os trens da periferia saem da capital e deixam os viajantes para retornar vazios", escreveu a polícia de Estocolmo no Twitter. O centro da cidade se esvaziava completamente enquanto as lojas fechavam suas portas e os habitantes retornavam andando para suas casas.

Outros ataques - A Suécia só havia sofrido um ataque até a data, em dezembro de 2010, quando um suicida detonou seus explosivos na mesma rua de pedestres de Estocolmo, deixando feridos leves. Os incidentes lembram os ataques de Londres, Berlim e Nice, no sul da França, cujos autores lançaram seus veículos contra multidões.

No dia 22 de março, Khalid Masood, um britânico de 52 anos convertido ao Islã e conhecido dos serviços de segurança, matou cinco pessoas atropelando-as com um carro na calçada da ponte de Westminster, que atravessa o rio Tâmisa em frente ao Big Ben, antes de esfaquear até a morte um policial na frente do Parlamento. O autor do ataque, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), foi morto pela polícia.

Em dezembro, 12 pessoas morreram depois que um homem utilizou um caminhão roubado para avançar contra as pessoas que passeavam por um mercado de Natal em Berlim.

O ataque mais mortífero deste tipo nos últimos meses foi o de 14 de julho de 2016, em Nice, quando uma pessoa atropelou uma multidão que assistia aos fogos de artifício durante a festa nacional francesa. O atentado, reivindicado mais uma vez pelo EI, deixou 86 mortos.

Correio do Povo (RS)