quarta-feira, 8 de março de 2017

#DiaDaMulher - Angela Diniz

Conhecida como "A Pantera de Minas", Ângela Diniz foi assassinada no dia 30 de dezembro de 1976, na cidade praiana de Armação de Búzios, no Rio de Janeiro. Quem a matou foi seu namorado, Raul Fernandes do Amaral Street, conhecido como "Doca Street".

Depois de um casamento com um engenheiro (teve três filhos) e de um relacionamento com o jornalista Ibrahim Sued, Ângela se envolveu com Doca. A relação passou por discussões em torno de ciúmes e na época, ainda era comum "matar para lavar a honra com sangue". 

Não se sabe a veracidade das palavras em que ela teria dito: "— Se não quiser me dividir com homens e mulheres... pode ficar, seu corno!" mas o fato é que a defesa de Doca Street se aproveitou disso e fomentou um debate na sociedade brasileira dos anos 70, extremamente machista. Além de ter sido assassinada, Ângela ainda teve sua memória e honra dilaceradas com a já conhecida culpabilização da vítima. No primeiro julgamento, foi absolvido sob a alegação de que "agira em defesa da honra". Saiu aplaudido do fórum. 

Mas a promotoria recorreu e em 1981, outro juri aconteceu. Grupos feministas criaram o bordão "Quem ama não mata" e foram para a porta do tribunal pedir a extinção do típico machão, personificado por Doca. Deu certo. Street foi condenado a 15 anos de prisão. Em 1987, conquistou liberdade condicional e anos depois, lançou um livro contando sua versão: Mea Culpa, que tem 470 páginas. E, entrevistas posteriores, se diz "arrependido" do que fez.