segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Paris: quebra-quebra na periferia após violência policial

No sábado (11), cerca de 2.000 pessoas se reuniram diante do tribunal de Bobigny, no norte de Paris, a fim de pedir, pacificamente, "justiça para Théo". Mas a calma durou. Uma hora e meia depois da passeata começar, um bando de jovens, que até então apenas observavam, começaram a lançar projéteis e depois incendiaram o carro dos jornalistas da rádio RTL, que faziam a cobertura da manifestação.
Rapidamente a situação deteriorou. Mais três carros foram incendiados, vitrines foram quebradas e abrigos de ônibus, um supermercado e uma agência bancária foram totalmente destruídos. A polícia, com uma imagem negativa e na mira da população, foi obrigada a recuar diante da fúria dos jovens. E no meio dessa violência, os manifestantes ficaram bloqueados, entre as barreiras de ferro da polícia e os revoltados.
Jovem herói salva menina das chamas
Em pleno caos, Emmanuel, um adolescente de 16 anos teve um gesto heróico, salvando uma criança que estava dentro de um carro pegando fogo. A mãe, desesperada, tirou um dos filhos, um menino de dois anos, mas na confusão, tentando apagar o incêndio, demorou para buscar a menina. O motor já estava em chamas quando o rapaz conseguiu tirar o cinto de segurança da outra criança e levá-la para longe do veículo. "Se eu tiver que morrer, vai ser assim, mas não posso deixar a menina dentro do carro, também tenho uma irmãzinha", disse o salvador da garota.
Revolta na periferia e política
A três meses da eleição presidencial, a violência policial e a problemática social da periferia vieram sacudir as campanhas. Todos os candidatos se exprimem sobre o caso, atacando por unanimidade o atual governo de François Hollande, que visitou Théo no hospital, e suas políticas públicas.
Radio France Internacional