terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Hidrelétricas do Nordeste podem enfrentar falta de chuvas até junho

O clima nos próximos meses deverá continuar bastante seco principalmente em uma região que abrange parte do Nordeste e o Norte, o que aponta para a manutenção da necessidade de acionar usinas térmicas com eletricidade mais cara do que as hídricas, segundo especialistas da Thomson Reuters.

A seca no Nordeste, que já dura anos, tem impedido o enchimento dos reservatórios das hidrelétricas da região, que desde janeiro estão praticamente estacionados na casa dos 20 por cento da capacidade de armazenamento, mesmo em meio ao período de chuvas do Brasil.

As usinas com maiores reservatórios, no entanto, encontram-se no Sudeste e no Centro-Oeste, onde o armazenamento atualmente é de 40 por cento.

Segundo o meteorologista do serviço Point Carbon da Thomson Reuters, Georg Mueller, março deverá ficar mais seco, em geral, também mais ao Norte, enquanto abril deverá manter esse padrão, em cenário dominado por alta pressão e chuvas principalmente abaixo do normal.

De maio em diante, o clima deverá ter um padrão mais próximo do normal nas regiões mais ao leste do país, mas condições com chuvas significativamente acima do normal não são prováveis antes de junho, disse Mueller.

Numa análise sobre os efeitos das chuvas para a geração elétrica do Brasil, dominada por usinas hidrelétricas, é possível supor que o Brasil deve seguir despachando usinas térmicas, principalmente para compensar a falta de chuva no Nordeste e manter um nível razoável de água nas hidrelétricas ao longo do período seco.

"Considerando os níveis dos reservatórios e o baixo nível de umidade do solo, esperamos mais um ano de despacho termelétrico intenso", comentou o analista sênior de Energia da Thomson Reuters, Cláudio Vallejos.

Agência Reuters