terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

ES: Governo recusa acordo com PMs

O governo do Espírito Santo recusou na noite de ontem (13) fazer acordo com familiares dos policiais militares em paralisação há 10 dias.

Membros da Comissão Permanente de Negociação rejeitaram as propostas de anistia aos PMs e de conceder benefícios financeiros, tais como auxílios de alimentação e para compra de fardas.

Apesar de os familiares desistirem do reajuste de 43% dos salários, o governo de Paulo Hartung alega que a pauta apresentada nesta segunda teria "impacto" no orçamento estadual e rejeitou todas as cinco propostas feitas pelas entidades. 
Além de anistia, as associações pediram os auxílios de alimentação e de compra de fardas, pagamento de horas extras e garantia de pagamento de subsídios em uma parcela única.

"Há o pedido de uma pauta que impacta, de forma expressiva, o orçamento e as finanças do Espírito Santo", dizem os governistas, em texto divulgado em resposta às entidades.

Em relação à anistia dos PMs, o governo afirma que a medida é proibida pela legislação brasileira. "Também [é vedada], aos princípios constitucionais da legalidade e moralidade", alega.

Na quinta-feira (13), a Secretaria de Segurança informou que ao menos 703 policiais militares do Estado foram indiciados por crime militar e tiveram os pontos cortados.

Ao pedir o acordo, o governo diz que pode se comprometer com a manutenção de um canal de diálogo com a categoria para discussão de reajuste. Também promete que ao final do primeiro quadrimestre apresentará os resultados fiscais aos policiais e bombeiros militares, bem como às demais carreiras do Estado, para que seja dado prosseguimento às negociações.

A nova proposta, de acordo com o cabo Thiago Bicalho, diretor social ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar), foi encaminhada ao governo no fim da tarde desta segunda. "Está nas mãos do governo acabar com a greve", afirmou Bicalho.

Inicialmente, os familiares dos policiais e os militares que participam do movimento pediam reajuste salarial de 43%, o que, segundo eles, equivale às perdas sofridas pelos últimos anos em que a categoria não obteve nenhum reajuste. O governo, no entanto, se recusou a negociar o aumento.

No texto, dirigido ao governador Paulo Hartung, o movimento disse reconhecer "as condições econômicas limitadas do governo estadual" e a crise nacional e promete desobstruir todas as entradas dos batalhões já às 0h desta terça (14) caso as condições fossem atendidas.

Portal UOL