terça-feira, 30 de agosto de 2016

China reprime notícias que incentivem hábitos ocidentais

A China irá reprimir notícias de entretenimento e sociedade que incentivem valores inadequados e "estilos de vida ocidentais", informou a agência reguladora de comunicações do país, na iniciativa mais recente para censurar um ambiente midiático já rigidamente regulado.
O presidente chinês, Xi Jinping, vem demonstrando um ímpeto jamais visto no cerco a veículos de mídia que não refletem as visões dos líderes do Partido Comunista. As autoridades já emitiram regras limitando programas de televisão "de inspiração estrangeira" e adotaram penalidades mais duras contra a disseminação de rumores nas redes sociais.
As notícias sociais e de entretenimento devem ser dominadas pelas ideologias reinantes e pela "energia positiva", relatou a agência estatal de notícias Xinhua no final da segunda-feira, citando a Administração Estatal de Imprensa, Publicações, Rádio, Filme e Televisão (SAPPRFT, na sigla em inglês).
O termo "energia positiva" é uma frase de efeito que vem sendo favorecida pelas autoridades de propaganda e internet da China desde a ascensão de Xi e se refere a conteúdos moralmente edificantes e patrióticos.
As notícias não devem conter piadas impróprias, denegrir clássicos ou "expressar uma admiração excessiva por estilos de vida ocidentais", informou a agência reguladora em uma circular, de acordo com a Xinhua.
"Elas também deveriam evitar colocar astros, bilionários ou celebridades da internet em pedestais", louvar a fama repentina ou supervalorizar brigas familiares, disse a Xinhua.  
Nesta semana, a legislatura chinesa também está revisando o rascunho de uma lei que exigiria que funcionários da indústria do cinema mantenham uma "integridade moral" excepcional na esteira de casos recentes nos quais celebridades foram presas por acusações relacionadas a drogas e prostituição, noticiou a Xinhua em outra reportagem.

Xi foi explícito ao indicar que a mídia deve seguir a linha do partido, preservar a diretriz correta na opinião pública e incentivar a "propaganda positiva".  

Agência Reuters