sexta-feira, 4 de março de 2016

Recife: Servidores continuam greve

Os servidores municipais do Recife resolveram manter a greve, iniciada na segunda-feira (29), após assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (3). De acordo com a Secretaria de Administração e Gestão de Pessoas do Recife, a paralisação afeta apenas a área administrativa e não prejudica nenhum serviço essencial para a população.
A categoria não aceitou o reajuste salarial proposto pela Prefeitura do Recife, que foi de 10,67% para alguns níveis. Os servidores reivindicam um reajuste de 13,19%, além de  um aumento de 18,53% no vale-refeição, assim como a abertura de discussão spbre o plano de cargos e carreiras.
De acordo com a diretora do Sindicato dos Servidores Municipais do Recife (Sindsepre), Lúcia Miranda, a proposta da prefeitura não condiz com as discussões do coletivo. "Nós fizemos uma assembleia e decidimos continuar a greve. O problema da proposta é que ela vincula esse percentual de 10,67%  para alguns níveis e outros o aumento está condicionado ao crescimento da Receita Líquida Real do município, que varia de 1,5% a 7,5%. Ou seja, só se o município conseguir crescer sua receita que muda o nosso salário", afirmou a diretora.
Ainda segundo a Lúcia Miranda, há uma tabela definida pelo sindicato que divide as categorias em níveis. Caso o aumento de 10,67% fosse aceito, para os servidores dos níveis 2 em diante, a mudança no salários seria de R$ 1, na prática.
"No nível 1, os funcionários que recebem até R$ 1.700 por mês sentem a mudança. Já no nível 2, a diferenciação seria apenas de um real em relação ao valor anterior.  No caso, servidores mais antigos nas funções recebem reajuste menor. Essa proposta da Prefeitura não contempla as tabelas desenvolvidas pelo servidores", ressaltou Lúcia.
De acordo com o secretário de Administração e Gestão de Pessoas do Recife, Marconi Muzzio, as categorias do nível 1, que a grosso modo são as que recebem os menores salários, são as mais atingidas pela crise e perda do poder de compra que, segundo ele, correspondem a cerca de 11 mil funcionários, em um total de aproximadamente 33 mil. "Com essa proposta, a gente está efetivamente atingido as pessoas mais tocadas pela crise. Nós pedimos que os servidores procurem os sindicatos para que entendam em que tabela estão e que reajuste poderiam ter", concluiu Marconi.
O secretário acredita também que a greve é ilegal, já que, segundo ele, a prefeitura segue em negociação com a categoria não tendo fechado nenhuma proposta. "Nós continuamos achando intempestiva a greve. Nós temos diversos outros sindicatos, além do Sindsepre. As negociações não se encerraram, não tem canal de diálogo fechado. Ela é ilegal por isso, já que estamos dialogando ainda. Estamos adotando medidas administrativas cabíveis, como o corte do ponto. O cidadão não pode pagar o salário de um trabalhador que não quer trabalhar", finalizou.
Há uma nova reunião marcada para a segunda-feira (7). Segundo o Sindsepre, a maior adesão foi de funcionários das empresas públicas, como a Empresa de Urbanização (URB) e a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), e do setor administrativo do poder público.
Portal G1