segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Rodoviários em passeata no Centro do Recife

Um protesto de rodoviários deixou o trânsito lento na tarde desta segunda-feira (25) na área central do Recife. O grupo, de cerca de 70 motoristas e cobradores, saiu por volta das 13h da estação central de metrô do Recife. Eles seguem em passeata para a Praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista, pela Avenida Conde da Boa Vista, onde tomam a faixa de ônibus no sentido Avenida Agamenon Magalhães.
Na Praça Oswaldo Cruz, os integrantes da passeata vão se unir a outros trabalhadores para um ato contra a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) da quinta-feira (21), de suspender o aumento de 10% no salário, conseguido após uma greve de três dias.
Durante o percurso, um dos manifestantes quebrou com um capacete pelo menos dois vidros de um ônibus que estava levando passageiros na pista contrária. A Polícia Militar tentou prender o vândalo, mas os outros manifestantes não deixaram. Houve um princípio de tumulto e o suspeito conseguiu fugir. Agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) realizam bloqueios temporários à medida que a manifestação avança e policiais da Rocam chegaram para dar apoio na segurança.
Os manifestantes estão a pé, em motos e num trio elétrico, onde explicam para a população os motivos da paralisação que foi realizada nesta segunda-feira. O sistema de transporte do Grande Recife atende, diariamente, 2 milhões de passageiros.
Na quinta (21), o reajuste de 10% concedido em 30 de julho pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) em dissídio coletivo aos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do Grande Recife foi provisoriamente suspenso pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Barros Levenhagen.
Os rodoviários realizaram uma paralisação de advertência entre 4h e 9h desta sexta-feira, quando os coletivos voltaram a circular parcialmente.
Alternativos - Kombis, mototáxis e lotações foram as alternativas para chegar ao trabalho nesta segunda-feira (25), dia de paralisação de advertência dos rodoviários do Grande Recife. O preço cobrado, entretanto, pode ser muito superior aos R$ 2,15 usuais. De acordo com o acordo dos rodoviários, os ônibus deixam de circular entre 4h e 8h. Às 14h, os trabalhadores vão se concentrar na Praça Osvaldo Cruz, na Boa Vista, área central do Recife, para um ato público, previsto para terminar às 16h. O sistema atende, diariamente, 2 milhões de passageiros, segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte.
Próximo ao Terminal Integrado da Joana Bezerra, alguns táxis faziam lotação. Segundo a empregada doméstica Luciene Faustino, um deles chegou a oferecer um 'pacote' para o bairro de Boa Viagem: R$ 40. "É muito errado, eles ficam se aproveitando do povo. Eu hoje já tive que caminhar meia hora até o metrô", reclama.

Devido à paralisação dos rodoviários nesta segunda-feira (25), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) resolveu suspender o expediente a partir das 13h. Caso a situação não esteja normalizada na terça-feira, as aulas continuarão suspensas. A Universidade de Pernambuco (UPE) informou que cada aluno deve ligar para a sua unidade e procurar saber se as aulas serão mantidas ou não. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está de recesso.
Trabalhando no bairro do Pina, a babá Creuza da Conceição não conseguiu ir trabalhar na sexta-feira (22), mas o patrão resolveu buscá-la. Antes, um mototaxista tinha oferecido o serviço, cobrando R$ 10 até o bairro. "De táxi não dá isso direito, é um absurdo. Eles se aproveitam demais da população em dia de greve", afirma a babá.
Era possível ver próximo ao terminal Joana Bezerra inúmeras kombis rodando. Algumas eram de empresas, que mandaram buscar os funcionários, mas outras ofereciam lotação. Para o Derby, o preço era de R$ 2, mas até Olinda a taxa cobrada por um motorista era de R$ 5, mais cara que o Anel D, o mais caro do processo regular, que custa R$ 2,65.
Na sexta (22), a cuidadora Juracir de Andrade andou 1h30 do T.I. Joana Bezerra até o trabalho, no bairro do Rosarinho. Nesta segunda (25), apelou para transportes alternativos. "Peguei uma kombi, paguei R$ 2, depois paguei o metrô, que é R$ 1,60. Tô gastando mais que o normal, que é R$ 2,15", reclama a cuidadora.
Com informações do Portal G1