sábado, 9 de agosto de 2014

Programa Cidade Saneada completa um ano de implantação

Sistemas de esgotamento sanitário modernizados e ampliados, atendimentos realizados com maior agilidade, aperfeiçoamento de técnicas com o uso de novas tecnologias e população mais consciente do seu papel no contexto do saneamento. Os resultados obtidos no primeiro ano do programa Cidade Saneada, o maior do setor de saneamento do país, demonstram que a parceria firmada entre a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e a Odebrecht Ambiental (Foz) está no rumo certo. Nesse período, as empresas compartilharam conhecimentos e metodologias de trabalho e implantaram as bases da nova infraestrutura do saneamento da Região Metropolitana do Recife (RMR) e de Goiana. O balanço desse primeiro ano de parceria foi feito hoje (28) pelo secretário de Infraestrutura, João Bosco de Almeida, pelo presidente da Compesa, Roberto Tavares, e pelo presidente da Odebrecht Ambiental, Pedro Leão.

O ineditismo dessa parceria e os bons frutos que o Estado de Pernambuco já está colhendo deram o tom da apresentação dos resultados. Na avaliação do secretário de Infraestrutura, não há, no Brasil, nenhum programa de saneamento planejado, contratado e em execução com o porte do Cidade Saneada. “Já estamos mostrando que é possível resolver a questão do saneamento”. Segundo Bosco, a meta era universalizar, no início desta gestão, os serviços de esgoto em 12 anos. Diante das dificuldades para cumpri-la, considerando a falta de recursos financeiros e a  capacidade técnica para elaboração de projetos e gestão das obras, o governo  decidiu estudar um novo modelo que envolvesse a participação do privado. Os estudos foram iniciados em 2007 e em julho de 2013 foi lançado o Programa Cidade Saneada, que prevê a universalização dos serviços de esgotamento sanitário em 12 anos nos 14 municípios da RMR mais Goiana, na Mata Norte do estado. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 4,5 bilhões. “Desde 1837 a questão do saneamento é discutida e apenas em 2007 foi instituído o Marco Regulatório do Saneamento (Lei 11.445). Com a meta audaciosa do programa, a RMR, que conta hoje com 30% de cobertura, terá esse número elevado para 90% em 12 anos”, enalteceu Bosco.

Para o presidente da Compesa, Roberto Tavares, as ações do primeiro ano do Programa Cidade Saneada ocorreram dentro do previsto e em algumas áreas superaram as expectativas. O dirigente considerou extremamente positiva a redução do prazo de execução dos serviços de esgoto nas cidades onde já há operação de sistemas. “Estamos atendendo 3 mil solicitações de serviços por mês e estamos conseguindo atender em 48 horas 90% das solicitações geradas pelo 0800 da companhia e 70% delas em 24 horas. Esses números já demonstram que estamos melhorando a prestação dos serviços e que a população já percebe isso”, observou Tavares.

Somente neste primeiro ano, o Programa Cidade Saneada alcançou a marca de cerca de R$ 115 milhões investidos. Para o segundo ano, o  valor previsto é de R$ 230 milhões (privado) e R$ 198 milhões (público), totalizando R$ 428 milhões. Os resultados positivos também foram compartilhados pelo presidente da Odebrecht Ambiental, Pedro Leão. Segundo ele, os números indicam que a parceria está sendo exitosa, lembrando que agora serão iniciadas, já a partir deste ano, as obras de implantação dos sistemas de esgoto  em Goiana (Centro e Pontas de Pedra), São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho, Prazeres (Jaboatão dos Guararapes) e Jardim São Paulo (Recife).

O primeiro ano do programa foi marcado pela manutenção e recuperação de sistemas já em funcionamento. Em mais um ano, a expectativa é que todos os sistemas existentes tenham sido recuperados. Até agora, quase mil quilômetros de tubulações foram limpos e desobstruídos, 36 mil serviços de menor porte foram realizados, mais de 550 obras de recuperação foram concretizadas e cerca de mil tampas de poços de visita foram substituídas. “Esses números indicam as tarefas e áreas nas quais decidimos focar nesse primeiro momento. Antes de começar a expandir a rede e fazer cumprir nossa meta de elevar a cobertura de esgoto na RMR e em Goiana, optamos por mapear, adequar e modernizar nossos sistemas. Está tudo ocorrendo segundo o nosso planejamento”, afirmou o presidente da Compesa, Roberto Tavares.

Na RMR, 40 estações elevatórias e 19 estações de tratamento de esgoto começaram a ser restauradas. A unidade de Peixinhos é uma das que já estão recebendo investimentos. A estação passou a contar com um novo Laboratório Central de Controle de Qualidade de Efluentes, capaz de analisar amostras dos esgotos das 15 cidades contempladas pelo Cidade Saneada. O laboratório pode fazer 500 análises por dia e está equipado para verificar as amostras segundo todos os parâmetros exigidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH).

Também foram realizadas obras de ampliação da rede coletora já existente e implantados novos sistemas. Os bairros da Imbiribeira e do Ipsep, na Zona Sul do Recife, são exemplos de áreas que agora podem contar com sistema de saneamento. Uma nova rede de esgoto já está operando e os dejetos estão sendo devidamente coletados para a nova Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Dancing Days. O investimento foi de R$ 53 milhões para implantar 28 quilômetros de redes e construir sete estações de bombeamento e uma de tratamento. Em Setúbal, Boa Viagem e Porta Larga, estão sendo implantados 130 km de tubulações e construídas nove estações de bombeamento. O investimento é de R$ 70 milhões e o objetivo é beneficiar 124 mil pessoas.

Além dessas, destacam-se também as obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário nos municípios de Olinda, Paulista e Ipojuca que estão em curso e que, juntas, beneficiarão mais de 115 mil habitantes, com investimentos da ordem de R$ 75 milhões. Nos próximos meses, serão iniciadas as obras de ampliação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) de São Lourenço da Mata, que possibilitarão o atendimento de 93 mil habitantes, Jaboatão, Prazeres, Ponte dos Carvalhos, Camaragibe e Goiana (Catuama e Ponta de Pedras). “Nossa expectativa é que, nos próximos 12 meses, já tenhamos iniciado as obras de seis sistemas na Metropolitana, beneficiando mais de 650 mil pessoas”, adiantou o diretor de Novos Negócios da Compesa, Ricardo Barreto.

Novas tecnologias – O uso de novas ferramentas tem contribuído para modernizar os métodos de trabalho, diminuindo o custo e o tempo das intervenções na rede e, conseqüentemente, causando menos transtornos à população. Um exemplo é o uso do seesnake,uma câmera operada remotamente que filma as tubulações, ajudando a Compesa a localizar, com maior rapidez e precisão, pontos de obstrução e extravasamento.

Também está em estudo a possibilidade de implantar tecnologia de esgoto a vácuo em alguns sistemas. A Compesa vem utilizando, ainda, o método não-destrutivo para interferir nas redes coletoras. Por esse método, são feitas pequenas perfurações no pavimento, o que evita a abertura de valas nas ruas e interfere menos na mobilidade. Esse mesmo método já vinha sendo utilizado em serviços relacionados ao sistema de abastecimento, sobretudo nas vias de grande fluxo de veículos da capital.

Programa Cidade Saneada - Executado pela Compesa em parceria com a Odebrecht Ambiental (Foz), está em vigor desde julho de 2013. A empresa foi escolhida por meio de licitação para ampliar, manter e operar o sistema de esgoto da RMR e de Goiana por 35 anos. O investimento total para esse período é de R$ 4,5 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões de responsabilidade do parceiro privado e R$ 1 bilhão do Poder Público. Ao todo, 3,7 milhões de pessoas devem ser beneficiadas.

Cidade Saneada em números

1 ano de operação do programa
90% dos chamados no 0800 atendidos em até 48 horas
36 mil serviços atendidos pelo 0800
558 obras de recuperação realizadas
980 km de tubulações limpas e desobstruídas
15 mil poços de visitas desobstruídos
1,1 mil tampas de PVs trocadas
449 vistorias em caixas de gordura de pontos comerciais
304 estabelecimentos notificados por caixa de gordura irregular
24.162 pessoas beneficiadas diretamente
1,3 mil funcionários trabalhando no programa
70 mil horas de treinamento realizadas

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