segunda-feira, 24 de março de 2014

Bunda, carnaval e futebol: a visão da FIFA sobre o Brasil em cartilha para turistas

A frequente troca de farpas entre a Fifa e os brasileiros desde que o país foi escolhido como sede da Copa do Mundo em 2007 ganhou mais um capítulo na noite desta sexta-feira, quando a entidade divulgou a edição eletrônica da revista “Fifa Weekly” em seu site

Uma das reportagens, intitulada “Brasil para principiantes”, contém uma cartilha com dicas sobre o comportamento do brasileiro que o turista da Copa do Mundo vai encontrar a partir do dia 12 de junho, quando será dado o pontapé inicial do Mundial com a partida entre Brasil e Croácia, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Na cartilha com “dez conselhos importantes para evitar mal-entendidos culturais”, a Fifa afirma que os brasileiros não têm pontualidade, nem educação no trânsito.

Além disso, a Fifa alerta que nem sempre o “sim” significa sim no Brasil, que fazer fila não é o forte da população e no trânsito impera a lei do mais forte. Alertam também que o topless é proibido na praia e que os brasileiros não falam espanhol.

A reportagem gerou tanta polêmica, que a Fifa já tirou ela do ar.

Veja os itens da cartilha:

Sim nem sempre significa sim:
Brasileiros são otimistas e nunca começam uma frase com a palavra “não”. Para eles, “sim” significa na realidade “talvez”, então, se alguém disser “SAim, eu te ligo de volta”, não espere que o telefone vá tocar nos próximos cinco minutos.

Horário flexível:
A pontualidade não é uma ciência exata no Brasil. Quando marcar um encontro com alguém, ninguém espera que você estará no lugar combinado na hora exata. O normal é contar com uns 15 minutos de atraso.

Contato físico:
Os homens e mulheres brasileiros não estão familiarizados com o costume da Europa de manter distância como norma de cortesia e conduta. Eles falam com as mãos e não hesitam em tocar nas pessoas com quem estão conversando. Numa boate, isso pode facilmente se transformar num beijo, mas isso não deve ser mal interpretado. Um beijo no Brasil é uma forma de comunicação não-verbal e não um convite para algo mais.

Fila:
Ficar pacientemente numa fila não está no DNA brasileiro. Numa escada rolante, por exemplo, o modelo britânico de formar uma fila de um lado não existe. Os brasileiros preferem cultivar o caos e, por vezes, alguém se arranja para chegar na frente.

Moderação:
Se você for a uma churrascaria que oferece tudo o que você pode comer e for com muita sede ao pote lembre-se de duas coisas: não coma nada por pelo menos 12 horas antes e coma em pequenas quantidades porque as melhores carnes chegam no final.

Sobrevivendo no trânsito:
Nas ruas, os pedestres são ignorados e mesmo nas faixas os motoristas não param para eles voluntariamente. O direito de ir e vir entre os motoristas simplesmente definido pela preferência do veículo maior.

Não há topless:
A imagem de mulheres com pouca roupa é comum no carnaval, mas isso não é o que você verá no Brasil no dia a dia. É certo que os biquínis brasileiros são menores que os europeus, mas as brasileiras nunca os tiram na praia, onde fazer topless é proibido e pode resultar em multa.

Experimente o açaí:
Os frutos da Amazônia fazem maravilhas: previnem rugas e têm o mesmo efeito de uma bebida energética. Algumas mordidas no intervalo podem ajudar até o mais cansado dos jogadores de futebol a recuperar a energia.

Espanhol não:
Os turistas que tentarem se comunicar em espanhol no Brasil terão a sensação de estarem falando com as paredes. A língua nacional do país e o português brasileiro, uma variante do português. E se você falar que Buenos Aires é a capital do Brasil, corre o risco de ser deportado.

Seja paciente:
No Brasil, as coisas são comumente feitas no último minuto. Então, todos os turistas devem ter paciência. Tudo ficará pronto a tempo. Isso vale, inclusive, para os estádios. A filosofia dos brasileiros na vida pode ser resumida com a seguinte frase: “relaxa e aproveita”.

Jornal O Globo