quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Ex-delegado é acusado de arrastar cachorro preso a carro em MG

Um ex-delegado de polícia de Poços de Caldas (451 km de Belo Horizonte) é acusado de amarrar um cachorro na traseira do carro e arrastá-lo pelas ruas depois de uma tentativa frustrada de entregá-lo ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
Segundo testemunhas, o animal conseguiu acompanhar a velocidade do veículo num primeiro momento, mas logo cansou e acabou arrastado e ferido até sangrar. O bicho está desaparecido.
A cena foi fotografada por um morador na segunda-feira (30) e postada no Facebook da Associação dos Amigos e Protetores dos Animais de Poços de Caldas.
"É revoltante. Não dá para acreditar que uma pessoa que conhece as leis pôde ser capaz de tamanha crueldade", afirma Vera Facci, 64, presidente da entidade.
Segundo Gustavo Manzoli, 39, delegado regional de polícia, o ex-delegado Lacy de Souza Moreira procurou o controle de zoonoses da cidade na segunda-feira para entregar o cão porque o bicho estaria mordendo um cachorro dele.
Mas, como foi informado que o local só recebe animais doentes, ficou inconformado e disse que ia resolver o problema por conta própria. Em seguida, amarrou o bicho no engate do carro e circulou pelas ruas de um conjunto habitacional.
De acordo com o delegado, o caso foi registrado como maus-tratos contra animais. Pelo fato de o crime ser considerado de baixo potencial ofensivo, a questão será apreciada pelo JEC (Juizado Especial Criminal), no qual o delegado deve depor. A legislação prevê punição de três meses a um ano de detenção para o crime.
A reportagem do UOL telefonou para Moreira para ele comentar o caso. Quando soube que o contato era para uma entrevista, desligou o celular e não o atendeu em outras chamadas. Ele atualmente trabalha como advogado em Poços de Caldas.
A Associação dos Amigos e Protetores de Animais de Poços de Caldas quer saber agora onde está o cachorro arrastado pelo ex-delegado.
"Após moradores do bairro se revoltarem com a cena, o motorista desceu do carro, bateu boca com as pessoas e colocou o cão dentro do porta-malas. Agora ele diz que o cachorro fugiu quando ele foi abrir o porta-malas", disse a presidente da entidade.
A aposentada Maria Julieta Moreira, que mora no conjunto habitacional onde o cão foi arrastado, foi uma das últimas pessoas a ver o cachorro. "Ele estava muito machucado, com a língua de fora e entre a vida e a morte."
Portal UOL