quarta-feira, 10 de julho de 2013

ONG Viva Rachid ameaça fechar as portas por falta de recursos

A falta de voluntários e o fim de um convênio com o governo federal para repasse de recursos ameaçam o funcionamento da Organização Não Governamental (ONG) Viva Rachid, que oferece assistência psicossocial às vitimas de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids. Sem verba para auxiliar os pacientes, a entidade que funciona nos Coelhos, na área central do Recife, pode fechar as portas. Além da falta de dinheiro para pagar as principais contas, como água, luz e telefone, a instituição também enfrenta problemas na sede, que está com estrutura precária.

Fundada em 1994, a Viva Rachid atende atualmente a 60 crianças e adolescentes, que estão em tratamento em casa. O prédio da ONG está em péssimas condições. Dois cômodos do imóvel, que serviam aos pacientes, estão interditados por causa de infiltrações. A entidade deixou de receber cerca de R$ 80 mil por ano, repassados através de acordo com Plano de Ação e Metas (PAM), do governo federal.

“Se a gente não tiver apoio, com certeza, a Viva Rachid vai fechar. Então, não vai demorar muito. Se dentro de um mês eu não tiver resposta de algumas pendências que a gente está tentando, é provável que dentro de uma mês nós fechamos”, disse a coordenadora da instituição, Alaíde Elias. Duas funcionárias que recebiam salários pelos serviços prestados à instituição foram dispensadas. Hoje, a Viva Rachid não tem mais psicóloga nem assistente social.

Alaíde acrescentou que fundou a ONG após a morte do filho, vítima do vírus HIV, adquirido através de uma transfusão de sangue. “A minha luta não é mais pelo meu filho, é pelo filho do meu semelhante, uma coisa maior. Acho que não precisa a gente ter que passar, é preciso a gente conhecer e se mobilizar. Se essa ajuda não vier, vamos fechar”, afirmou.

Um jovem, portadora do vírus HIV, conta que todos os pacientes estão preocupados. “Muitas famílias serão afetadas, não é só por mim, é por todos eles também”, lamentou.

Ligado à Secretaria Estadual de Saúde, o coordenador do Programa DST/Aids, François Figueirôa, informou sobre a perspectiva de liberação de recursos para a entidade. “Todo ano a gente tem que abrir edital para o público, as ONGs têm que se inscrever e passar por todo o processo jurídico e burocrático. A partir da seleção, firma-se o convênio e há o repasse do recurso. O edital de licitação e projetos já se encontra no jurídico e espero que ainda este mês ele seja publicado. Pela expertise de várias ONGs, incluindo a Viva Rachid, a gente sabe que pelo trabalho desenvolvido, qualidade e importância, que vai ser tranquila a aprovação do projeto e liberação de dinheiro para mais um ano”, explicou.

Interessados em ajudar a instituição podem entrar em contato pelo telefone (81) 3221-6206.

Portal G1