quinta-feira, 11 de abril de 2013

Coreia do Sul abre canal de negociação com a Coreia do Norte


A Coreia do Sul acenou nesta quinta-feira (11) para a abertura de um canal de negociação com o vizinho norte-coreano, ao fazer um apelo para que o governo do líder Kim Jon-un retome as operações do complexo industrial binacional de Kaesong, fechado há três dias por decisão de Pyongyang. A informação é da agência de notícias sul-coreana "Yonhap".
De acordo com a agência, o ministro sul-coreano da Unificação, Ryoo Kihl-jae, solicitou que Pyongyang retome as negociações em torno do complexo industrial que fica em seu território e é o único projeto em vigor entre as duas Coreias.
"Pyongyang deve comparecer à mesa de negociações imediatamente", afirmou em entrevista coletiva o principal funcionário da pasta encarregada das relações com a Coreia do Norte, após expor que "as duas Coreias têm de debater formas de normalizar o parque industrial através do diálogo".
Ryoo argumentou que a suspensão das atividades do complexo não ajuda o futuro do povo coreano e está causando grandes prejuízos tanto às empresas da Coreia do Sul quanto aos operários da Coreia do Norte que trabalham nesse parque industrial.
Na segunda-feira (8), a Coreia do Norte havia anunciado a retirada temporária de todos os seus trabalhadores do conjunto de fábricas, após seis dias de bloqueio do acesso de funcionários sul-coreanos ao complexo.
Na quarta-feira (10), a tensão entre as Coreias alcançou o seu nível máximo depois que a Coreia do Sul ter afirmado que era "altíssima" a probabilidade de a Coreia do Norte, após semanas de ameaças bélicas, testar um míssil de médio alcance a qualquer momento, como demonstração de força.
No mesmo dia, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse que a Coreia do Norte estava chegando perto de uma "linha perigosa" com suas ameaças quase diárias contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul, e alertou que o país está preparado para responder a qualquer movimento de Pyongyang.
Ameaçado pela Coreia do Norte, o Japão também se manifestou. O ministro da Defesa japonês, Itsunori Onodera, afirmou que o Japão mantém o estado de alerta máximoe intensificou a busca por informações sobre as movimentações da Coreia do Norte, em meio aos sinais que revelam a disposição das plataformas de lançamento de mísseis no país vizinho.
Segundo informaram fontes da Defesa à agência "Kyodo", recentes imagens por satélite mostram que a plataforma de lançamento de mísseis norte-coreana foi colocada em posição vertical, o que pode indicar a finalização dos preparativos ou se trata de uma simples manobra para gerar confusão.
A maioria dos analistas acredita que a Coreia do Norte não tem a intenção de iniciar um conflito que poderia levar à sua própria destruição, mas alerta para os riscos decorrentes de um eventual erro de cálculo na península coreana, um dos lugares mais militarizados do planeta.

Tensão na península coreana

A tensão na península é grande desde dezembro, quando o Norte realizou com sucesso um lançamento de foguete, considerado pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul como um disparo de teste de míssil balístico.
Em fevereiro, Pyongyang executou um terceiro teste nuclear, o que provocou a adoção, no início de março, de novas sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.
Em protesto contra as manobras militares conjuntas realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos em território sul-coreano, o governo do Norte declarou nulo o armistício que interrompeu a guerra da Coreia em 1953 e ameaçou com um "ataque nuclear preventivo" contra alvos sul-coreanos e americanos.
No dia 30 de março, Pyongyang anunciou que se encontrava em "estado de guerra" com a Coreia do Sul, depois de ter rompido todas as comunicações diretas entre os governos e os exércitos dos dois países no dia 27.
Os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão. (Com agências internacionais)

Portal UOL