quarta-feira, 6 de março de 2013

Cid Gomes nega sabotagem de candidatura de Eduardo Campos no PSB


O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) negou que esteja sabotando internamente o presidente nacional do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência da República em 2014.

Na semana passada, Cid já havia criticado a intenção de Campos lançar-se candidato à Presidência. Nesta quarta-feira (6) Cid Gomes reforçou a opinião de que o PSB deve lutar, em 2014, para conseguir a vice na chapa Dilma Rousseff à reeleição e se reforçar regionalmente. A declaração foi feita após evento com a presidente e o pernambucano no Palácio do Planalto.

Cid disse que não é "quinta coluna", ou seja, que não age para sabotar as pretensões de Eduardo Campos internamente.

"Eu já disse a ela [Dilma] e ao Lula, eu não sou quinta coluna", disse a jornalistas depois da cerimônia de anúncio de novos investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento. "Quem achar que eu sou quinta coluna, que eu estou querendo sabotar o meu partido, querendo sabotar o presidente do meu partido, está redondamente enganado, vai quebrar a cara. Eu estarei com o meu partido."

As críticas de Cid à candidatura própria do PSB fazem coro com discurso de seu irmão Ciro Gomes, ex-ministro e ex-postulante à Presidência da República. Para Ciro, Eduardo Campos deveria ser "leal, coerente e decente" e deixar o governo. O PSB é um dos principais partidos da base, e controla dois ministérios: o da Integração Nacional e a Secretaria Especial de Portos.

Segundo Cid Gomes, o que é "estrategicamente melhor para o meu partido é se fortalecer no âmbito regional, e nos prepararmos para no projeto nacional lutarmos pela vice".

"Isso não é pouca coisa. A gente não vai conseguir isso como concessão [a uma eventual retirada de candidatura própria de Eduardo Campos], mas com luta", afirmou o governador cearense.

A definição da vice em uma provável chapa liderada por Dilma à reeleição ainda é um posto em aberto e é objeto de polêmica na relação entre o PT e o PMDB, partido do atual vice, Michel Temer.

No último sábado, na convenção nacional do PMDB, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff discursou por 45 minutos, fez diversos elogios ao PMDB e especificamente ao papel desempenhado por Temer como seu vice, mas não deixou explícito que a chapa permanecerá inalterada em 2014.

Emissários do Palácio do Planalto e parte do PMDB dizem que essa explicitação não veio para não ferir a legislação eleitoral, mas que o posto de vice certamente continuará com Temer.

EDUARDO CAMPOS

Campos já passou a contar com os serviços do marqueteiro Duda Mendonça, absolvido no julgamento do mensalão.

Apesar de se declarar aliado de Dilma, Campos tem se posicionado contra o governo em questões pontuais e atraindo, assim, neoaliados como a Força Sindical. Em sintonia com o presidente da central sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Campos passou a defender mudanças na MP (medida provisória) dos Portos, uma das principais propostas da presidente no setor de infraestrutura e que depende de aprovação no Congresso.

Folha SP