quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Eleições 2012: Eduardo Campos afirma que PT não retribui apoio do PSB

O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, reclamou nesta quarta-feira, 24, que o PT não retribui na mesma proporção o apoio que recebe de seu partido no segundo turno da eleição municipal. Apesar dessa avaliação, ele insistiu que as alianças do PSB com o PSDB não foram feitas em função das eleições de 2014.

"No primeiro turno o PSB foi o partido que mais apoiou o PT, mas só é notícia quando a gente não apoia. No segundo turno, o PT disputa em 17 cidades e nós os apoiamos em 11. Nós disputamos em 8 cidades e só em 1 o PT nos apoia, desde o primeiro turno, que é o município de Duque de Caxias (RJ). E esse apoio só veio por uma ação direta da Executiva Nacional do PT e do próprio presidente Lula. Isso é um fato real", afirmou o governador durante visita ao estande de Pernambuco de uma feira internacional de turismo realizada no Rio.


Campos disse que na manhã desta quarta conversou com o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB), que esteve em Campinas para apoiar o candidato socialista. Na conversa, Aécio repetiu a brincadeira de que nessas eleições usou mais adesivos do 40 (número do PSB) do que do 45 (número do PSDB). "Recebemos o apoio do PSDB, no segundo turno, em Uberaba e Campinas. Somos gratos por isso. Essas parcerias vêm de algum tempo, não são feitas em função das próximas eleições", disse o governador pernambucano.
Campos insistiu que, depois do próximo domingo, será preciso "deseleitoralizar o debate político no Brasil". O governador lembrou que há uma "pauta muito densa no Congresso" e citou como exemplo a medida provisória para redução da tarifa de energia e o marco regulatório do petróleo. Neste tema existe um conflito entre Estados e municípios que reivindicam maior participação nos royalties do petróleo e Estados produtores como o Rio de Janeiro, do governador Sérgio Cabral (PMDB), e o Espírito Santo, do governador Renato Casagrande (PSB).
O governador cobrou da União abrir mão de parte dos recursos futuros em favor de Estados e municípios. "Não queremos isolar os governadores Cabral e Casagrande, ninguém vai propor tirar receita do Rio e do Espírito Santo. Queremos uma maneira mais justa de dividir os recursos no futuro. Os municípios vão precisar que a União abra mão de parte da receita. O governo não tem a boa vontade esperada, mas tem alguma boa vontade para que Estados e municípios tenham parte dos royalties para investir em educação, ciência e tecnologia, e não em custeio", afirmou Campos.
Estadão