sexta-feira, 27 de julho de 2012

Luiza Valdetaro: ''As pessoas me perguntam onde arrumo forças. É Malu quem me faz ser forte!''

Há cinco meses, um tsunami varreu a vida da atriz Luiza Valdetaro, 26 anos: sua filha, Maria Luiza, 4, a Malu, foi diagnosticada com leucemia. Frente a uma notícia tão devastadora, Luiza descartou o caminho da autopiedade. ''Em um momento como este, temos duas opções: ver o lado bom ou nos sentir injustiçados. Fiquei com a primeira opção. Minha filha é muito iluminada. Meus últimos meses têm sido meses de alegria, amor e devoção'', diz a atriz com segurança e maturidade.


Agora, com Malu entrando na reta final do tratamento realizado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Luiza fala com exclusividade à CONTIGO! e comemora o fato de a filha estar respondendo positivamente às sessões de quimioterapia. ''As pessoas me perguntam onde arrumo forças. É Malu quem me faz ser forte! Não posso dar a ela menos do que ela me dá.'' Desde sábado (21), a atriz voltou a morar em São Paulo - ela e o marido, o empresário Alberto Blanco, 44, alugaram um apartamento na cidade logo que a menina foi internada. No Sírio-Libanês, Malu fará a a quarta e última parte do tratamento, que será concluído em oito semanas. ''Paramos nossas vidas e vivemos os três juntos o tempo todo'', diz Luiza. ''Beto foi fundamental na hora de tomarmos a decisão de deixarmos o Rio de Janeiro. Eu não tinha forças para decidir nada naquele momento.'' A seguir, trechos da entrevista:

Como Malu e você têm encarado o tratamento?
Eu já admirava muito a minha filha, mas a forma pela qual ela tem enfrentado tudo multiplicou por mil essa admiração. É Malu quem me faz ser forte! Não posso dar a ela menos do que o que ela me dá. Se eu disser que os dias que vamos ao hospital são felizes, você acreditaria? Mas são! Malu ama separar os brinquedos, livros e DVDs que levamos para ler, brincar... É um dia todo dedicado a ela, com mãe, pai, avós, tios... Temos muitos familiares em São Paulo. E ela ama porque todos aproveitam esses dias para ficar com ela. Aprendo muito com a minha filha. Eu me descobri uma pessoa bastante otimista. Deus nos presenteou em diversos momentos e sou muito agradecida por cada bênção que recebemos.

Em um momento difícil como este, o que acredita ser positivo?
Levo um novo olhar sobre a vida, sobre o ato de amar. E de que Deus está no comando. O livre arbítrio nos cabe apenas quanto à forma de encarar e enfrentar o que o planodivino nos reservou... Podemos ser fortes, positivos e aprender muito com tudo. Há duas opções: ver o lado bom das oportunidades dadas e pedir a Deus que nos permita ver e aprender tudo o que ele deseja que vejamos ou ficar nos questionando o porquê do acontecido e nos sentir injustiçados... Fiquei com a primeira opção. Minha filha é muito iluminada. Meus últimos meses têm sido de alegria, amor e devoção.



Como tem dividido o tempo entre os cuidados com Malu e as gravações de sua personagem na novela Gabriela?
As gravações começaram com o início da terceira etapa da quimioterapia, que é a mais tranquila de todas. Eram aplicações semanais. Então marcamos com o médico que (as aplicações) seriam sempre aos sábados, dia que consegui liberação da produção para não gravar. Assim deu tudo certo. Ficávamos durante a semana toda no Rio de Janeiro e todos juntos, aos sábados, íamos para São Paulo prosseguir o tratamento. Malu tem levado uma vida normal. Ela apresenta efeitos colaterais muito brandos. Graças a Deus.

E o seu marido? Como ele está lidando com a doença de Malu?
Beto é um superparceiro, presente em todos os momentos. Ele foi fundamental na hora da decisão de irmos para São Paulo. Eu não tinha forças para decidir nada. E ele foi firme e decisivo. Agradeço até hoje a ele por tamanha sabedoria e presença de espírito em um momento tão difícil. Somos um o apoio do outro. Posso dizer que, no mínimo, 95% do tempo do hospital ele esteve ao nosso lado. Quando não estava era por um motivo muito sério ou um trabalho inadiável. Paramos nossas vidas e vivemos os três juntos. Ele não poderia ter sido melhor como pai e parceiro.

Agora, quais serão os procedimentos médicos? Malu vai precisar voltar ao hospital com que frequência?
Essa última etapa do tratamento, apesar de ser mais amena em relação à toxicidade da anterior, requer mais idas ao hospital e maior controle por exames. Nas três últimas semanas do tratamento, teremos de ir quase que diariamente ao hospital. Serão administradas injeções subcutâneas de segunda a quintafeira, durante essas três semanas finais. E, neste período, já é esperado que ocorra uma forte supressão da medula óssea (com a intenção de eliminar qualquer célula leucêmica que tenha sobrado). Com isso, ficaremos novamente baseados em São Paulo. Eu irei ao Rio apenas para as gravações de Gabriela. Mas será a reta final. Faremos todo o necessário com um sentimento de dever cumprido. Serão oito semanas no total. São as mesmas medicações, mas em menor número de aplicações. Assim, já sabemos como lidar melhor.



Revista Contigo