sexta-feira, 22 de junho de 2012

Governo brasileiro diz à OEA que não reabrirá investigação sobre a morte de Herzog

O governo brasileiro informou à Organização dos Estados Americanos (OEA) que não vai reabrir o caso do jornalista Vladimir Herzog, informou o portal G1 na última quinta-feira (21/6). O documento de 47 páginas com a resposta está classificado como sigiloso. Segundo a família e organizações não-governamentais que fizeram a denúncia à Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos que criticam a decisão, o Brasil argumenta que uma nova investigação não pode ser feita para não contrariar a Lei da Anistia.  



Herzog morreu em outubro de 1975 enquanto estava preso nas dependências do Doi-Codi, em São Paulo. Sua família quer que o Brasil reconheça que ele morreu sob tortura. Na época, os militares apresentaram uma foto para sustentar a versão de suicídio. A imagem mostra o corpo de Herzog na cela como se ele tivesse se enforcado com um cinto, no entanto, a altura em que o corpo estava amarrado à janela era menor do que a estatura de Herzog. Essa versão, oficialmente, não foi revista até hoje.

"Se maquiou um suicídio. O suicídio foi maquiado. Não houve suicídio. Herzog foi assassinado dentro das dependências do II Exército, na Rua Tutóia, em São Paulo", afirmou Paulo Egydio, à época governador de São Paulo, em entrevista ao canal Globo News.
Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos disse que a familia já foi indenizada, em 1997, e que o Estado já reconheceu publicamente a responsabilidade pela prisão arbitrária e morte de Herzog. Entretanto, Ivo Herzog, filho do jornalista questiona. "Ela foi esclarecida? Então porque que a gente tem um atestado de morte que diz que ele se suicidou? Foi esclarecida? Quem são as pessoas que mataram meu pai? Pergunto ao governo. Ele me responda isso daí. Na hora que ele me responder quem foram as pessoas que mataram meu pai e dar os documentos que reconhecem que ele foi assassinado, aí tera sido esclarecido. A gente ainda nao recebeu essa informação", declarou. 


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