quarta-feira, 9 de maio de 2012

‘Estou tranquilo’, diz promotor do caso Celso Daniel sobre julgamento de amanhã

O promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo Márcio Augusto Friggi de Carvalho, responsável pela acusação dos cinco réus que respondem pela morte, em 2002, do então prefeito de Santo André, Celso Daniel (foto), afirmou nesta quarta-feira que está tranquilo em relação ao julgamento de amanhã com relação à tese do MP de que o crime foi encomendado e que houve motivação político. “Estou absolutamente tranquilo com relação ao julgamento de manhã a base probatória do MP é bastante sólida”, disse Carvalho.



Ainda de acordo com o promotor, a provável condenação dos cinco réus terá reflexo no julgamento do ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. Sombra não está entre os réus que serão julgados amanhã porque dois recursos fizeram com que o processo que trata da acusação contra ele fosse desmembrado e ainda não há data para julgamento.
A defesa chamou 13 testemunhas que serão ouvidas durante o julgamento, com previsão de término na sexta-feira. Já a acusação não arrolou ninguém. De acordo com o promotor, “por absoluta falta de necessidade”, uma vez que as provas técnicas e os autos já seriam suficientes. Carvalho acredita que os réus serão condenados a penas que devem variar de 12 a 30 anos.
Em janeiro de 2002, o então prefeito de Santo André Celso Daniel foi sequestrado ao sair de um restaurante com o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra. Dois dias depois, foi executado a tiros, e seu corpo foi encontrado em Juquitiba, São Paulo.
Dez anos após o crime, apenas um dos acusados foi ao banco dos réus. Marcos Bispo dos Santos, que dirigia um dos carros durante o sequestro, foi julgado e condenado a 18 anos de prisão em 2010. Na quinta-feira, outros cinco envolvidos no sequestro e morte do prefeito responderão por homicídio duplamente qualificado: Itamar Messias da Silva, José Edson da Silva, Elcyd Oliveira Brito, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e Ivan Rodrigues da Silva.
O assassinato do petista Celso Daniel marcou um embate profundo entre o Ministério Público e o PT. Segundo a promotoria, o crime teve motivação política e foi executado a mando de Sombra. Isso porque o prefeito teria descoberto um esquema de corrupção em Santo André usado para financiar caixa 2 de campanhas do PT e também para arcar com gastos pessoais dos envolvidos. O PT sustenta a versão da Polícia Civil, que diz que se tratara de um crime comum. 
Portal IG