quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Policiamento no Ceará deve começar a voltar ao normal na madrugada desta quinta-feira

Apesar do fim da greve dos policiais militares e bombeiros do Ceará, o policiamento só deve começar a voltar ao normal na madrugada desta quinta-feira (5). O acordo entre o governo e a categoria foi fechado na madrugada de hoje (4) e foram dadas 24 horas para os policiais se reapresentarem aos locais de trabalho. No entanto, dezenas de viaturas ainda são encontradas com os pneus vazios na rua do quartel onde os profissionais acamparam e concentraram as manifestações.

“Estamos organizando uma força-,tarefa para que as viaturas, bem como os militares, voltem às atividades hoje e durante a passagem de hoje para amanhã”, disse o capitão Wagner Sousa, deputado estadual que representa a categoria nas negociações.

Governo, policiais militares e bombeiros entraram em acordo no sexto dia de greve, após uma reunião de mais de três horas entre representantes da categoria, secretários do governo estadual, do Ministério Público Federal, da Organização dos Advogados do Brasil (OAB) e da Igreja Católica. As negociações terminaram por volta da 1h de hoje.

Ontem, a população viveu momentos de tensão, com diversos assaltos, e a insegurança levou lojas, escolas, bancos, supermercados e até a prefeitura e o Tribunal de Justiça do Ceará a fecharem as portas no meio do expediente. Muitos turistas também foram aconselhados a não ir às praias por causa de possíveis arrastões.

Com o acordo, Souza disse que a categoria saiu valorizada após conseguir a incorporação de uma gratificação de R$ 920 ao salário de todos os militares, elevando o piso para R$ 2.634. Antes, a gratificação era variável e os rendimentos de um policial no mesmo nível de carreira podiam variar de R$ 1.600 a R$ 2.400. A carga horária de trabalho ficou definida, segundo o capitão, em 40 horas semanais. “É uma conquista, principalmente para os policiais do interior, onde a carga horária chegava a 96 horas”.

Além disso, foi acertada a criação, no prazo de um mês, de uma comissão permanente de diálogo paritária entre as associações que representam os militares e o governo. Nela serão discutidas algumas reivindicações ainda pendentes, como a implementação do vale-alimentação de R$ 10 por dia de trabalho, o pagamento de horas extras, o código de ética e as promoções da categoria. “Com certeza, a partir de hoje não vai mais haver necessidade de greve para que haja esse diálogo”, disse Sousa.

Agência Brasil