terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Musa Paradisíaca: Capítulo 02



Alguns dias se passam e acabam decidindo por fazer um show não apenas fechado para os hóspedes, mas também aberto ao público. Sandro, o músico que dias antes se mostrava um folgado, acabou mostrando profissionalismo. E isso, Sandra observava de perto e gostava do que via. Entre os dois, troca de olhares. E o avô observava isso e sorria, pensando: "Minha neta merece ser feliz depois de ter sofrido tanto na vida..."

- Pensando na vida, vô? Ou no tocador?
- Mais ou menos... Ele não me causou uma boa primeira impressão, mas agora estou vendo como ele trabalha com afinco.
- As aparências enganam, Sandrinha...
- É... Enganam mesmo...

Durante à noite, já de madrugada, Sandra passeia à beira da piscina quando um homem encapuzado a ataca e antes que ela pudesse gritar, ela acorda. Mais uma vez ela teve aquele pesadelo. Havia alguns anos, quando a família de Sandra ainda morava no interior, um homem encapuzado a atacou quando ela voltava da igreja para casa. Violentada, Sandra tinha apenas 13 anos e após ficar meia hora sozinha e desacordada, fora socorrida por Joel, que a levou para casa. Por gratidão, quando se mudaram para a Ilha das Bananeiras, Joel foi junto e passou a trabalhar como gerente do hotel.

O estupro havia gerado uma gravidez, mas tirando a família, ninguém sabia o que acontecera ao bebê. O padre, que havia dado apoio moral e espiritual á família, aconselhou a não-interrupção da gravidez. Houve quem dissesse que o padre adotou o bebê, pois meses depois ele fora transferido. Alguns ainda afirmaram que a criança havia morrido. Mas ninguém sabia o que ocorrera, finalmente.

Sandra, desde então, passava por uma terapia e ainda tinha pesadelos com o homem encapuzado que a havia atacado. E isso ainda preocupava os pais, as irmãs e principalmente o avô. O homem jamais fora preso, pois como estava encapuzado, Sandra não a reconheceria. Além disso, à época não havia DNA para fazer qualquer exame de paternidade, ou qualquer suspeito. E esse temor dele nunca ser preso era a causa dos pesadelos constantes.


Onde estaria o bebê gerado da violência? Será que o encapuzado voltaria a perturbar Sandra? E as trocas de olhares entre Sandro e Sandra iriam sugerir mais alguma coisa? Não percam o próximo capítulo de Musa Paradisíaca