quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Kodak se prepara para pedir falência em fevereiro

A Kodak se prepara para pedir falência entre o final de janeiro e início de fevereiro, segundo informações de "fontes próximas ao assunto", citadas nesta quinta-feira pelo The Wall Street Journal. Pioneira no segmento de fotografia, a empresa de mais de cem anos tem como última esperança vender algumas de suas patentes. Por meio de um porta-voz, a Kodak afirmou que não se manifesta sobre "rumores ou especulações de mercado".

Se a venda de patentes não funcionar, a Kodak vai pedir a proteção do Capítulo 11 da lei de falências norte-americana, que permite a reorganização da empresa durante um período. A outra opção seria a falência total, pelo Capítulo 7, em que a empresa encerra suas atividades e um tutor vende os bens para pagar as dívidas.

Na tentativa de se reorganizar, segundo as fontes citadas pelo WSJ, a companhia fundada por George Eastman, criador do filme fotográfico, precisaria de US$ 1 bilhão para continuar com as operações. E a Kodak já estaria em conversas com bancos para conseguir o financiamento. A venda de 1,1 mil patentes também está prevista para esta etapa.

A falência da Kodak seria um último capítulo na história que começa com pioneirismo e auge e vem terminando em decadência. Criada em 1888, a companhia com sede em Rochester, no estado de Nova York, foi a maior do segmento, captando talentos de diferentes locais do mundo e produzindo inovações em tecnologia de imagem.

Foi a Kodak quem inventou a câmera digital, em 1975, mas a companhia não conseguiu capitalizar a criação. Em vez de investir em modelos eletrônicos, a empresa que via o negócio de películas fotográficas decair acabou se focando, nas décadas de 1980 e 1990, em produtos químicos e de limpeza, e equipamentos para testes médicos.

As impressoras comerciais e residenciais só ganharam atenção da empresa a partir da gestão do CEO Antonio Perez, na última década. Mas os equipamentos, assim como as tentativas dos 20 anos anteriores, não geraram a receita necessária para que a Kodak pudesse honrar com suas obrigações, que incluem aposentarias milionárias. Nesse quesito, a falência com proteção do Capítulo 11 permitiria que a companhia fosse desobrigada dos encargos.

De acordo com fontes próximas ao assunto, a situação de débitos da Kodak, bem como o "peso" de sua infrutífera divisão de novos negócios, tornam a companhia pouco atrativa para uma compra. As patentes, por outro lado, poderiam ser mais facilmente vendidas se a empresa estiver em processo de falência. Na quarta-feira, as ações da Kodak, quem tem cerca de 19 mil funcionários, fecharam a US$ 0,47, com queda de 28%.

Portal Terra