segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Pequenos negócios ainda resistem ao cartão eletrônico

Brasília - Apesar do crescimento do mercado de cartões nos últimos anos – o volume aumentou 476% entre 2000 e 2011 - os meios eletrônicos de pagamento ainda estão fora dos negócios de boa parte das micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras.

A estimativa do Sebrae é que 3 milhões de micro e pequenos negócios não aceitam nenhum tipo de cartão atualmente. Eles representam mais da metade das cerca de 5,3 milhões de empresas enquadradas no Simples Nacional. Para tentar mudar esse cenário, o Sebrae vai investir na capacitação e em parcerias com instituições.

Com o intuito de esclarecer os empreendedores sobre os benefícios que podem ter por aceitar pagamentos com cartões, o Sebrae firmou uma parceria com o Instituto Redecard, da empresa credenciadora Redecard. O acordo prevê a participação do Sebrae em dois projetos do instituto: o Programa Empreendimento Sustentável do Instituto Redecard e o Palco Itinerante Redecard.

Com início nos próximos dias, o primeiro é um evento com o objetivo de apoiar empreendedores para transformarem seus negócios em empresas sustentáveis. Empresários que são casos de sucesso dentro dos programas do Sebrae vão contar suas histórias de empreendedorismo durante as palestras. A iniciativa passará por diversas cidades brasileiras. O calendário ainda está sendo definido pelo Instituto Redecard.

Já o Palco Itinerante Redecard é um evento cultural com o intuito de aproximar a Redecard dos varejistas brasileiros. Inicialmente, 16 cidades foram selecionadas para participar até o fim de janeiro de 2012. A primeira será Recife (PE), entre os dias 23 e 25 de setembro. A segunda edição será entre os dias 30/09 e 02/10 em João Pessoa (PB). Em todos os municípios o Sebrae vai participar com a promoção de uma das oficinas para Empreendedor Individual (SEI).

O Sebrae está finalizando também a formatação de uma palestra que será realizada em todo o país a partir de janeiro de 2012. A palestra vai ajudar empresários a avaliar os impactos da utilização de meios eletrônicos de pagamento em seus negócios. Hoje há iniciativas pontuais em alguns estados - no Rio Grande do Norte e no Rio Grande do Sul são realizados seminários de crédito em parceria com as credenciadoras. A meta da instituição é divulgar que o custo de manutenção de uma máquina de cartão de crédito para o empresário reduziu e que a aceitação do uso de cartões entre seus clientes ajuda a elevar as vendas.

“É importante mostrar que é uma operação garantida, sem risco para os pequenos negócios. Está mais fácil usar o cartão eletrônico, já é possível a utilização de apenas uma máquina no estabelecimento. A micro e a pequena empresas podem inovar na relação com seus clientes, oferecendo essa opção de pagamento. A inclusão dessas empresas nesse segmento é um conforto que agrega valor ao negócio, pois garante a venda e satisfaz os clientes, principalmente das classes C,D e E que chegam ao mercado consumidor”, diz o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.

Uma pesquisa realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) com 300 empresários mineiros em junho de 2011 mostra que 64% deles tiveram redução de custos com a unificação dos terminais de operação com cartão de crédito. A convergência, feita desde 1º de julho de 2010, levou a uma redução das taxas cobradas pelas administradoras e do valor pago pelo aluguel das máquinas. Para alguns empresários, o custo continua elevado, mas, aceitar cartão, segundo destaca o diretor, pode resultar em elevação da receita e em queda da inadimplência para os pequenos negócios, além de representar uma possibilidade a mais de oferta de crédito aos empreendedores.

O objetivo do Sebrae é que os empreendedores aproveitem as oportunidades que surgem com a expansão do mercado de cartões. A previsão, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), é que até o fim deste ano o país tenha um total de 684,3 milhões de cartões em circulação, incluindo cartões de crédito, de débito e de lojas. O volume é cinco vezes maior que o número de cartões registrado em 2000 - de 118,7 milhões - segundo pesquisa da Abecs com o Instituto de Pesquisas Datafolha. Desses, 52% estão nas mãos da população das classes C, D e E, principais consumidores das MPE. O crescimento do número de transações foi ainda maior no período: saltou de 1,1 bilhão, em 2000, para 8,2 bilhões, estimativa feita para 2011.

Agência Sebrae


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