Em meio à rodinha de música, Jennifer foi à cozinha preparar o lanche pra turma. Afrodite seguiu atrás:
- Eu te ajudo.
- Tá certo.
Na cozinha, as duas conversavam sobre Maria San:
- Que louquinha essa menina que entrou na turma hoje... – Disse Afrodite.
- Ela é muito gente boa, eu, painho e mainha almoçamos com ela e o pai dela.
- Simpática mesmo. Assim, eu queria te dizer uma coisa...
- Diga...
- Terminei com a Saxy na sexta-feira e passei o fim de semana pensando...
- Terminou? – O coração de Jeniffer disparou.
E as duas silenciaram. Continuaram a preparar o lanche.
Afrodite era lésbica assumida e embora despertasse a paixão dos homens pela sua beleza, marcada por um belo par de olhos azuis, deixava clara a sua orientação. Até alguns dias antes, estava com um namorico com a bela Saxy, a saxofonista da Banda Amor Perfeito, da qual Jefferson e Apolo eram os líderes.
Embora estivesse com Saxy e ficasse de vez em quando com outras meninas, sua paixão mesmo era a tímida e inexperiente Jeniffer. Amigas desde a adolescência, trocavam confidências e quando Afrodite se assumiu gay, Jeniffer foi a primeira a saber. Ao contrário da amiga, Jeniffer ainda era virgem, sequer havia beijado alguém. E nunca se apaixonara por mais ninguém, sabia que seu coração pertencia à Afrodite, que por sua vez, estava disposta a esperar que Jeniffer despertasse para o amor.
Afrodite era irmã de Apolo e sabia das inúmeras aventuras do irmão bissexual. Só não sabia que ele nutria uma paixão por Jefferson. Em segredo, claro, pois Jefferson, claramente hetero, tinha muitas ficantes e naquele momento estava se encantando por Maria San, cantando músicas dedicadas a ela.
O dia anoiteceu e os pais chegaram. Jerson percebia os olhares e sorrisos de Apolo para Jefferson e não gostou do que viu. À noite, conversava com a mulher na cama:
- Sabia que tem um homem de olho no nosso filho?
- Minha nossa, Jerson! Você nunca se conforma ? O Jefferson não é igual a você e o Apolo é um ótimo rapaz, ele, ao contrário de você, admira a música do nosso filho!
- Música... Um menino tão bom em Matemática e Geometria, poderia estar trabalhando comigo... Mas ele escolheu ser músico!
- A felicidade do Jefferson não importa pra você, né? Só a sua...
- Meu único filho homem... Já engulo o fato dele ser músico, e ainda mais se...
- Cala a boca e não diga o resto! – E virou-se para o lado, dando as costas para o marido.
Enquanto isso, no quarto, Jefferson estava compondo uma música para Maria San.
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